sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Caixa de Pandora


CAIXA DE PANDORA


Meus olhos quentes derramam ácido
Enquanto Pandora ri a beira da escada
Desaurida e sem alma, após ter aberto a caixa que havia em meu corpo

Demônios esvoaçantes voaram rindo, voando junto de minha lucidez
Perdida, desaurida, caminho gargalhando e choramingando em embriaguez
Com aquela pequena alma me perseguindo, mostrando sempre uma nova lembrança

Morra Pandora com sua caixa amaldiçoada de ilusões
Lave meu pensamento e lembrança embora com os demônios livres,
Leve meu corpo e minha alma, meu sangue e minha carne, liberte-me de emoções
Pois não há nada senão poeira em meu coração esmigalhado.
Como migalhas deste torpe pão, levada aos corvos que alimentam minha podridão.

Abra Pandora, o último pedaço de meu coração
Abra sem piedade até que ele pare
Abra meu espírito e minha carne
Abra novamente a caixa
Me enjaule em minha própria solidão.

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