Zero é o fim
início da metade
Caos e infinito
destroços da idade
O tolo zerado
sem nem um fiasco
diante do penhasco
seu matulão amarrado
Não é o enforcado
não quer contato
com a corda da idade
nem com a realidade
Atravessa o mundo
fiel escudeiro
seu cão companheiro
chamado segundo
Ladra o eterno
segurar do penhasco
salvando o tolo terno
nos cactos que masco
Voltados a beira
e o céu estrelado
explodiu a Estrela
pelada no riacho
Contou-se a esperança
Retomada a dança
de cortar da balança
a morte de um borracho
Zerando em sua conta
caminhou em afronta
semblante sofrido e esmero
mastigando capim
Sem ser exilado
admira a queda
da marcada esfera
vermelha carmim
Na vontade acredito
Caos e infinito
início da metade
Zero é o fim
sábado, 7 de novembro de 2015
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
Canção à Morrigan (em construção)
Chega o fim caminhando
pesados passos da guerreira
fios chumbo de cabelos negros
ribanceira de corvos urrando
Queimo a madeira minha
de duas décadas e mil anos
cicatrizes evocam o inverno frio
soa o trotar pesado dos cavalos
Joga sobre os olhos teu manto
Jogue os anos sobre os espólios
ainda deixados pela batalha
Nos alimente no frio
Adeus aos pudores que tinha
dos velhos pesos mundanos
dos velhos pesos mundanos
Lutemos juntas dama da morte
teus abutres trazem sorte
leve as feridas lave-as no rio
teus abutres trazem sorte
leve as feridas lave-as no rio
afina o fio da espada e corte
cicatrizes evocam o inverno frio
soa o trotar pesado dos cavalos
chega o crepúsculo vazio
rompe a noite dos antepassados
Joga sobre os olhos teu manto
tua fúria fogueira revitaliza
aquece-me afagando o pranto
aquece-me afagando o pranto
Devolvendo a luz na saída
Jogue os anos sobre os espólios
ainda deixados pela batalha
jogue fora a faminta migalha
substituída pela fartura de teus olhos
Nos alimente no frio
das entranhas da morte
trilha-me um dia a sorte
trilha-me um dia a sorte
de nadar além deste rio
Assinar:
Postagens (Atom)