segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Canção à Morrigan (em construção)



Chega o fim caminhando
pesados passos da guerreira
fios chumbo de cabelos negros
ribanceira de corvos urrando

Queimo a madeira  minha
de duas décadas e mil anos
Adeus aos pudores que tinha
dos velhos pesos mundanos

Lutemos juntas dama da morte
teus abutres trazem sorte
leve as feridas lave-as no rio 
afina o fio da espada e corte

cicatrizes evocam o inverno frio
soa o trotar pesado dos cavalos
chega o crepúsculo vazio
rompe a noite dos antepassados

Joga sobre os olhos teu manto
tua fúria fogueira  revitaliza
aquece-me afagando o pranto
Devolvendo a luz na saída

Jogue os anos sobre os espólios
ainda deixados pela batalha
jogue fora a faminta migalha
substituída pela fartura de teus olhos

Nos alimente no frio
das entranhas da morte
trilha-me um dia a sorte 
de nadar além deste rio

Nenhum comentário:

Postar um comentário