segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

2017 # JAN - MAI

Lua Negra [zine]

1. A LUA aflige, meus pensamentos nos dias

de nuvem e o medo do escuro veneno do não
De pisar na cauda do escorpião. Prateada
como a inocência e a sua fatalidade obscura

No silêncio com tantos peixes que a calam
os meus e os seus pensamentos que afastam
momentos do aqui e agora. Restam ali lamentos
nessa quinta casa de lágrimas e arte

2.         O lamento das
                   sereias
            Uma que anseia 
            canto choro 
            Talvez outro  
            Beijo Salgado
            de mar e areia

3. H A R P I A S
ouvem o sussurro
dos ventos emitem
gritos de agudas
harpas que como
ferroada dos tempos
dançam.

4.Vim de uma estrela distante pouco
navegante de céu vermelho. Não soube
navegar o firmamento delirante dos meus
dedos falando pelos joelhos de tanto chorar
as rezas.

5. C A O S F E R A

Demônios que moram
na esquina do canto
do meu olho e fogem
quando antecipo seus
passos de quina pintada
e fotogragia.

6. Pisces V
Continuo sincera sem
esconder o que sinto
com tantos peixes
afogados na casa V

Leões com vontade
de devorar de novo
cancelo no entanto
o impulso poema
que não será lido.

7.Cartomantes
jogando as cartas
e as vestes no fogo
molhado dos destinos
*****************
Segue crescente dentro
de mim. Sei que se tu
soubesses o peso daquilo
que eu sinto fugirias. Quem
no entanto segue correndo?
**********************
A lua que me ilumina mansa
Tão cheia e livre como um lobo
na estepe que levo comigo e os
passáros piando teu nome.
Feito um poema manso caminho
com as palavras dentro de um case
de violino com um zine guardado
ali dentro de mim.
Seu sorriso é um luar manso,
seu silêncio um machado certeiro
e te amaria por inteiro se você
não tivesse o mesmo tedioso
e velho medo.
********************


Noite Real


Mistério novo de olhos fundos de poço

Contém a noite verdadeira trazendo
a mensagem divina. Algo é frio e silencioso
nos seus medos de madrugada algo que
não deve ser dito, mas me acalma dos
temores e perco a vontade silenciosa
constante de me destruir.

Algo que é aqui e agora, novos olhares,
sussurrando nos lábios uma sabedoria
antiga, taciturna, porém ultrapassada.
Perco 
a vontade constante de sair correndo daqui

Anseio doente de morte lenta, embala leve
um cuidado noturno de medo. Calor silencioso
disfarçado de frieza. Fala pouco escuta muito
deixa os sussurros do destino.

O L (h) Á R I E S

Queria
que olhares
Falassem
mas sei
que só
sei me
fechar
ou apenas
reencontrar
seus olhos.


Roda Cigana

Que os ventos guiem nossos passos
Que a estrada se abra e ouro caia
Ali pelos cases e malas abrindo fortuna
pela passagem que os ciganos iluminem
a viagem como a dança das rodas
Fazendo barulho das carroças trotando
a caminhada nossa.

Lua em Escorpião

Não sou trapo de solidão
Não sou afago da escuridão
Nem saco de barro e sexo
Para esse complexo
de lua em escorpião


O TEMPO



Se o fim não chegasse dentro
Sem aviso prévio eu faria ainda
uma canção bonita que escondi
do meu lado esquerdo

Se o fim não cantasse talvez falariam
das cicatrizes estrias ou lembranças
antigas nas costas do medo

Se o início existisse eu saberia
onde termina e até onde é começo
mafuma fumaça algodão e sem pressa
esqueço

Do violão e da seda no outro bolso
daquele casaco que eu nunca mais
consegui olhar ou vestir

Apresso a partida por medo e bravura
Misturado na angústia de perder sempre
o tempo

Navio Cargueiro

Havia um barco
Aterrorizado
Navio Azul
Rodeado
De luzes vermelhas

Grita a mão
Retira o solo
Revista a mala
Canhão de bala
Navio Cargueiro

Carrega o rio
Pisoteado de
Vermelho

Ondas
Lavam
Lágrima
Desespero
Tempestade
Navio cargueiro

Carrega o rio
Pisoteado de
Vermelho

Mordaça de Ariadne

Esqueci a mordaça
Invisível e apertada
Desenlaço e minto

Pele sufocada e só
Dentro de um labirinto

Impreciso de sugestões
Corretores de vícios
Aplicam ideias sem
Existirem explicações
Paranoias e compreensões
Corredores de aplicativos

Pele sufocada e só
Dentro de um labirinto

Avisos
Recordam
Aquilo que
eu
Recordava

Pele sufocada e só
Dentro de um labirinto

Grilos

A casa parecia um museu de memórias e mofo. Lembrei daquele velho cricar dos grilos. Lembrei de um poeta mineiro e um grilo de capim. Lembrei outro poeta que dizia que não havia problemas somente soluções. Sem soluçar eu sigo cricando com os grilos. Não sei ao certo se me fundo ou voo, se me lanço ou me enraizo. Lembrei de alçar as asas cantando até o abismo, sem atas naquele chão, sem cordas e meio fio. Sem degraus ao céu, aquela contradição viva que abaixa a porta e se esconde na montanha. As vezes me embriago de luzes, mais vezes me fecho entre escuridões. Um armário infinito. Discos e Memórias. Um tolo no paraíso e cartas vindas de fora, lembrando dos espantalhos de dentro. Ciganas no aviso de estrada meio do caminho impreciso, sem saber se me escondo ou me finco no abismo dos livros.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Palas

Fiz uma promessa à  Palas Atena
Jorrando o conhecimento torpor
Pela minha testa, saindo de mim
como um grito e uma enxaqueca
Saudosa de encher-se de sabedoria