quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Muro
Alucinações andam pelos buracos
Empoçadas canções em embriagos
Ninguém a ouvir o som rasgado
O roco engolido de cem encarnações
Sagrados eram os dias
Sangrados em agonia
Que largada em carne fria
Em trapos floridos te esperei
Arranquei o medo de mostrar
E em minh'alma te adentrei
Em meio a mata, banhada em luar
Que nela em terra farta me enterrei
Logo se foi como pétala
Atado em qualquer sela
de um cavalo sem rumo
Trotado nos passos dela
E como um trapo sumo
Tragando em vermelho fumo
Novos tijolos em meu muro
Voando em vento inseguro
Agora que em pulsares acordo
E quebro as pedras da injúria
Agora que adormece a fúria
Perdoando ainda recordo
Deitada na grama brilhante
Entregue ao berro lancinante
Receios corroem a parede
construída no frio constante
O frio da lembrança
Que mesmo criança
Ainda arde o furo
Ainda esfria meu deleite
No gelo construído de meu muro
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
CINZA
Encaro a covardia
Cimentada em pedra fria
Engolida no dia a dia
Secura amarga na goela
Desce a dose queimando
Corroendo a sanidade
Ser de cores em mundo profano
Acinzentada pela cidade
Quero fugir deste engano
Caótico trapo de tranquilidade
Fugitiva da corda de pano
Enforcada antes da idade
Quero provar teu calor humano
E só me resta trago e maldade
A lembrança daquele verde ano
Que em vale me arranca saudade
Retrocesso ímpar, insanidade
Meu desejo que agora desperto
Meu caos do louco em concreto
Presa em corrente, em outra cidadequinta-feira, 13 de novembro de 2014
MADRUGADA E POÇA DAS ALMAS
Entre olhares e poças
Deitei sobre as águas
Na noite das almas
No choro das moças
E beijas minha testa
Já tão logo sou menina
Dançando com a sina
Bailando em alma funesta
A tempestade cobre os medos
Jorrando em seu teor alcoólico
Degustando-te pelos dedos
Acordando meu eu bucólico
Em um vale afastado
E desejando o instinto
A lembrança corrói o ímpeto
O choro corre em meu lago
No reencontro repentino
As cartas me dizem espere
Pois a jornada não é breve
Ao encontrar o ancião-menino
Então que o peso doa frio
Que eu sofra em meio-fio
mas que o destino em linho breve
Sempre me leve ao sátiro de meu caminho
Deitei sobre as águas
Na noite das almas
No choro das moças
E beijas minha testa
Já tão logo sou menina
Dançando com a sina
Bailando em alma funesta
A tempestade cobre os medos
Jorrando em seu teor alcoólico
Degustando-te pelos dedos
Acordando meu eu bucólico
Em um vale afastado
E desejando o instinto
A lembrança corrói o ímpeto
O choro corre em meu lago
No reencontro repentino
As cartas me dizem espere
Pois a jornada não é breve
Ao encontrar o ancião-menino
Então que o peso doa frio
Que eu sofra em meio-fio
mas que o destino em linho breve
Sempre me leve ao sátiro de meu caminho
Assinar:
Postagens (Atom)