terça-feira, 21 de outubro de 2014
BANHEIRA DE SANGUE
Afundei-me em minha própria água, álcool, cinzas e sangue
Deitei-me com a morte que desejei sobre meu caótico ácido mangue
Ganhei o que nunca pedi e perdi o que nunca criei
Jamais pedi o que recebi e sempre perdi o que amei
Perdendo o amor por existir, odiando o palácio que devorei
Devorando-me na existência de odiar o corpo que amei
Adorei satíricos diabos, consumindo o que conformei
Acordei-me afogando a pseudo realidade que sei
Odiando-me em cada estado que encontrei
Mato a existência do meu desejo, e ergo um fato
A lembrança de que apesar de todo meu desagrado
o que houve antes é imperdoado, estou farto
Farto de correr atrás da minha destruição
Afundei-me para me poupar de outra auto-flagelação
Afoguei-me para morrer e nasci sem poder te devotar
se quer pingo de perdão, tudo que encontro é ilusão
E nunca vês que causas em mim loucura e vão
Deito-me morta a cada dia por toda essa dor e falta de razão
Morro por falta de ajuda, por doença e obsessão
sábado, 18 de outubro de 2014
Poeira
Outra chuva de poeira
Desabando em Outubro
Corroendo meu muro
Meteoros a beira
Choverei em meu quarto
Meus pingos juvenis
Meu cheiro opaco
Memórias febris
Revisitando a lembrança
A dramática infância
O eu vazio que fui não ruiu
Ainda sinto o que ninguém viu
Visitando teu resto guardado
O espelho em você de fio
O desenho que agora apagado
A desconstrução de meu ser vazio
Meus traumas que ardiam frio
Hoje não são mais que o pingo
A poeira dilacerada
Meteoro em meio fio
Assinar:
Postagens (Atom)