quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

VELHO TRANSEUNTE

VELHO TRANSEUNTE

Bicicletas, carros, ônibus
Em tráfego e maresia
O centro é a poesia
De cacofonia orquestrada

Carros e pedestres sem estrada
Em buzinas dissonantes
Passos desfigurantes
Em tráfegos exaltados
Rostos se quer olham ao lado

Há sempre um perambulante escravo
Escravizado por se perder sem sorriso
Há sempre um perdido em gritos
Constantemente engolidos e desgastados

Ninguém vê o senhor da calçada
De olhos cansados que faltam calma
Ninguém ouve sua mágoa
Que de esmolas se sente farto

Muitas vezes o ouvir basta ao senhor
Muitas vezes o sorrir afasta a dor
Matando seu incansável estrago

Pois o enxergar de sua luta,
que é tão raro quanto o mais sublime pranto, 
é enfim um manto,
a maior gorjeta por sua labuta.



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