segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Quatro Meses de Lembranças Desmemoriadas

Um janeiro vomitando felicidades
Ainda chorava sobre cordas de violino
Abandonando defuntas deidades
Na fraqueza dos olhos me inclino

Fevereiro de dores apagadas
Sobre jogos de dor e instinto
Dormem sonhos de névoa mofada
Queima a garganta de vinho tinto

Março já não caiem mais águas
Sem chuva, sem aura, sem hinos
Três vezes me acabo marcada
Por devassos sonhos banidos

Abril é uma nova arrancada
De sonhos, de amor, de partir
Em lástima sigo encerrada
Em lágrimas me ponho a dormir

Sigo perdurada em felicidades
Sem violinos rasgados ao fundo
Deveria encontrar a paz das deidades
Ao invés de praguejar meu desejo profundo

Da alma putrefata pelo esquecimento
Das dores apagadas pelo banimento
Das cores banidas de si mesma
               
Nem vingança ainda tento
Nem ao menos me contento
E a felicidade é um lamento
Perdida e apagada de meu intento





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