Um
janeiro vomitando felicidades
Ainda
chorava sobre cordas de violino
Abandonando
defuntas deidades
Na fraqueza dos olhos me inclino
Na fraqueza dos olhos me inclino
Fevereiro de
dores apagadas
Sobre jogos de dor e instinto
Dormem sonhos de névoa mofada
Queima a garganta de vinho tinto
Março já não
caiem mais águas
Sem chuva,
sem aura, sem hinos
Três vezes
me acabo marcada
Por devassos
sonhos banidos
Abril é uma
nova arrancada
De sonhos,
de amor, de partir
Em lástima
sigo encerrada
Em lágrimas
me ponho a dormir
Sigo
perdurada em felicidades
Sem violinos rasgados ao fundo
Deveria encontrar a paz das deidades
Ao invés de
praguejar meu desejo profundo
Da alma
putrefata pelo esquecimento
Das dores apagadas pelo banimento
Das cores banidas de si mesma
Nem vingança ainda tento
Nem ao menos me contento
E a felicidade é um lamento
Perdida e
apagada de meu intento
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