domingo, 17 de fevereiro de 2013

JULIE


JULIE


Ela caminha pela madrugada sozinha, unhas roídas, cabelo bagunçado, maquiagem borrada e roupas em farrapos.
Tudo parecia um grande carnaval em cores lúcidas e gritantes diante de seu choro estilhaçado
Nome.
Já caminhas distante, em seus sapatos coloridos
Uma vez sozinha, de mãos dadas consigo
Ladeiras abaixo de seus pés, cachos em seu rosto
Yara solitária cantarola aos marinheiros lúgubres
Jugular soluçando pelo frio, chamando o fio
Ora sozinha às irmãs perdidas
Largadas no mar do desconhecido, de outro útero
Inimigas de nascença
Escórias da mesma semente
Júbilos do mesmo choro
Untadas na mesma solidão
Levadas pela mão embora
Ignoradas, separadas, esquecidas
Jazem separadas por pais
Uma vez quebradas
Lavam cicatrizes desconhecidas
Irmãs desconhecidas, desaparecidas, partidas
Entregadas ao reencontro da maturidade.

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