quinta-feira, 30 de maio de 2013

B

UNHAPPY GIRL ON A REPETE LOOPING



Um papo agradável sobre rock’n’roll e um filme de Georges Meliés
Um vinho, uma lareira, uma casa de madeira e outro sonho qualquer
Você com seu Dylan e eu com minha Joplin, um ré de vozes
E seu violão me envolvendo muito além do quanto quer

Um pouco de álcool, um pouco de carinho, um pouco de violência
A inquietude das árvores, as casas vazias, a sede e a insistência
Desejos dilacerados em notas de uma música que ninguém pôde ouvir
Cabelos ruivos roçam em sua barba ao me partir, e ao me reconstruir
E me prendo insolente em sua interminável desistência

Me permito um cigarro pós-fervência antes de sair
Esquecendo todo aquele antigo desejo de me destruir sem eficiência
 Vagueando sem me perder, buscando além do entardecer
Buscando n’outra madrugada perdida em seu rosto frio
Soprando dentes de leão que possam realizar um fio
Um único sorriso em seu escurecer

Perdido em um desconhecer, perdendo um desencontro em caminhada,
Pois quando o fogo chove pelo céu, ainda não vê tempo em nossa estrada
E ofende a Botticelli dando forma a uma Vênus que não nasceu
E ofende a minha carne cativando quando em pronto desapareceu
Desapareces tão de pronto quanto um dia apareceu

Garota infeliz em grave Morrison reafirma
Retornando solitária ao primeiro ponto de partida
E volto só rumando ao sul, pensando em sua mente,
pincelada levemente em um caderninho azul


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