DOMINGO
Olhos, julgamentos, facas por toda parte
Tolo é aquele que atira sem enxergar o alvo
Jorrando facas como marionetes de guerra
Guerreando em cacofonia estilhaçada
Vitrais se partem em pedraria antiga
Cansados demais para sobreviver ao tempo
Badalam os sinos enquanto em lamento
Fitam as fitas do meu caminho
A cada sombra por trás um transeunte
Poderia ser um rosto familiar, mas faltam pedaços
Perdidos pedindo, perdendo pecados
Perdendo sempre um pedaço de si
Cacofonia aflige minha apatia cegamente
Enquanto foi um prazer momentâneo de pedidos
Crianças com roupas antigas soltam gritos
“Não podem, não podem dizer”
Pequenos sentimentos acordam ao badalar os sinos
Coroinhas de pequenos turvos de solidão
Louvando ao santo cotidiano erguem a mão
Perpassando a ladainha de cura do irmão
Enquanto caminhamos sozinhos, esperando em palavras
Esperando a morte, esperando uma salvação
Esperando um Deus em um pedaço de pão
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