segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O SÁTIRO



Dentes-de-leão fantasiam
O caminho sem chão
A madrugada dos ecos
da rua em meio-fio
Caminhando em trilha de rio
Em gritos e assovios

Você tirou os óculos
Fitou meus olhos
Fitou os corpos
mortos, soltos
opacos, ocos

Como um Sátiro
tentando a moça
A sucumbir do paraíso
do soluço construído

A cair do afago e do riso
E voltar para a queda
Para o delírio escuro
Em seu universo escondido

Meu nome que nunca é dito
Sem o silêncio e solidão
De que tanto reclama.

Fujo, pois a tua trama
A solidão que lhe engana
Será sempre a única dama
A quem o sátiro realmente ama.

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