segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ÚLTIMO

O ÚLTIMO (TRAGO) NÃO

Livre e amarrotada
Sem braços que enlaçam
Sem laços que traçam
Um rastro ao nada
Um mastro em luz baixa

Sem olhares, em suor descamisado
Em fitares e mordidas incompletas

O peito que ainda dói enraizado
O grito que agora é libertado
O cigarro sutilmente tragado
O gosto do mesmo rum amargado

Pelo chão do banheiro
Pelo alto do mundo
O seu cheiro é insulto
Seu desejo exaltado

Os furos no peito, na meia arrastão
Afastados da multidão, sem voz ou violão
Meu beijo finalmente negado, nem mesmo roubado
Pelo velho mesmo modo afastado, deitado no chão
Em meu último, último trago
Em seu suor calado, aprendo finalmente e digo
Não.


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