domingo, 23 de junho de 2013

EXPLODIR ESTRELAS

EXPLODIR ESTRELAS




Estrelas caiem queimantes, ardendo aceleradamente como passos em direção oposta
Estrelas caiem do céu em gritos agudos, em explosões de vidas entrepostas
Permitindo ouvir cada passo invisível por de trás de uma madrugada fria
Dos fantasmas infiltrados em gélidos toques que ninguém via
Rumando pelas vielas, olhando para trás em meio à rua vazia,
Sobre estrelas em braços de quem jamais me sentia
Estrelas caiem do céu sob o verso em que ali escrevia

E ao pico explosivo do brilhar de outras estrelas passeantes
Admiro a luz que cai prata sobre orvalhos verdejantes,
E sob a memória de teu olhar frio e sonhos inconstantes
Estrelas caiem sob um fio de nossos sonhos errantes,
Amantes do tempo, em segundos de teus intocáveis instantes

 Sigo a admirar o brilho de estrelas em memória do que era esquecido
Sabendo que o brilho que sigo, pode a milhares de anos ter se tornado pó
Pois a distância em anos luz cria ilusão de brilho, explodindo em poeira,
Arrancando um fio são de uma nota inteira, em um universo tocado em dó,

E sigo só, ao admirar o cair de uma estrela, que pode não existir,
Tão longínqua que ao se esvair explodiria sem mostrar-se por dentro
E em meu próprio tempo, em meu ano luz me esvaio sem poder sorrir,

pois a cada estrela que ruir, em seu brilho torpe grita explosiva que me lembro.

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