sexta-feira, 16 de agosto de 2013

CRESCIMENTO



Crescia amarrotada, sozinha atada em nós
Apertada em cós, sufocada pela etiqueta
Eis que Rodando na fortuna do parque a sós
Em madeira queimando encontro a folha seca

Borrando o amadurecimento pintado em nós
No gosto madeira, no sabor de noz 
A inocência no amor e a velhice algoz
O crescimento em conjunto trocando em brincadeira
Crescendo e tocando, em jazz, violão e voz 

Um dia fui idosa, trotando tuas desilusões com desprezo
Em alma rancorosa, de dor e cicatriz ardendo em medo
Mercantilisamos as dores, trocando platonismos
Dividimos os abismos, curando as palavras febris 
de nossas dores, de nosso ninho

Ouvindo o som em Castelinho, subindo a mata em cores que nos rodeia 
Apagando levemente a dolorosa ideia, de sempre estar sozinho

Eu que quis voar longe do ninho, querendo encontrar algo que não sei
Como arcano tolo caio no caminho, catando todos os cacos que deixei
No crescimento unido ao teu me desatino, vendo o que já encontrei
Que somos som, menina e anciã, que não preciso além da voz, de uma maçã
E mesmo em solidão me ponho sã, na companhia de quem chamo de irmã.

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