terça-feira, 13 de agosto de 2013

SOBRE SAUDADES E MAÇOS DE MARLBORO





E no teu corpo me encontrei de novo, em cada trago e tom roco
Enquanto negava desejar qualquer toque em meu peito oco
Meu amor que continua intacto, sentia a falta de teu cheiro
Sentir na pele que o desejo, ígneo e confuso, em nada adormeceu
Que das mordidas pela pele senti falta, de cada roçar da tua barba em meu corpo todo.

E como vênus novamente tratada, enquanto o medo que em receio gritava
Por instantes resolveu adormecer, depois do toque, me encontro extasiada
Sentindo a falta do abraço que se perdeu
Algo além de desejo em tua parte, fria e dissimulada
Desconversando o meu olhar que busca o teu

Sem me entreter ou me perder

Em gosto e gozo,
De derreter e arder em  prazer odioso

Sem saber se é alegria, ou se é sofrer
Se é grandioso, ou nostalgia de te ter
Eu quis sorrir, eu quis chorar, matando a sede em lábio teu
Em troca disso, no cigarro a me afundar, trago a palavra que em fumaça se perdeu
Te levantei, enquanto o via se jogar na sarjeta em álcool,  e te amei, mesmo ao me negar em vômito no asfalto, eu me odiei por ser apenas o teu trapo, por não poder te odiar por este ato.

No fim do dia em cemitério eu me mato, cantando em álcool nas cachaças pelas tumbas
Ao libertar-me renascendo deste ato, ao caminhar sozinha em brilho pela rua
E mesmo em dose de carícias que me insulta, só ao cantar eu me confesso o que já sei
Com tons no peito não esqueço de pensar, que ao me doar lancinante eu não errei


Pois mesmo quando friamente vens  negar,  sem duvidar só me entrego, pois amei.

5 de Agosto de 2013, Fernanda Lyra.

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