Observei teus olhos baixos buscarem o chão
As rachaduras dos caminhos, os lixos mundanos sujando a
calçada
Limpando o mundo por trás das lentes que não podiam tapar
mais tua solidão
Os olhos jogados em cavernas ao chão, em busca de lágrimas
que jamais caiem
Lembrei-me, da cor de todas as coisas que só dissemos no
escuro
Quebrando um muro, um mundo inseguro de ambos os lados,
medos que se esvaem
Todas as palavras ditas, engolidas em tragos, apenas com um
luar fago na janela
Observando atentamente a nossas tolas máscaras, que uma a
uma caiem
Cantei, pelo mal espalhado em teus ombros, pela dor de teus
punhos ternamente cerrados
Sonhando apenas em livrar-te da dor que aperta os olhos, do
cantar pousado e cansado
Observando novamente teus olhos sempre cálidos, caindo
sempre em vidro estilhaçado
Caindo sempre, em contradição de sons e estados, do pesar de
sempre apedrejado
Voltei, pelo rumo antigo do horizonte, desabando em teus
estágios
Acordando de um sonho doce e ofegante, de um olhar
contagiante
Fitado em pálpebras fechadas, em noite calma, em teus pesares
sábios
Observei novamente teus olhares, que em dia infante brilham
como mata,
Porém em dias tão errantes, com olhos
metálicos em luz de prata,
Não se livram de instantes, de caírem viciantes, de pousarem
na dor tão tenaz e calejada
De novo caindo, no erro constante, da dor sem crença em uma
nova caminhada.
Tens uma forma muito interessante de escrever. Gostei muito.
ResponderExcluirVou seguir seu blog para poder analisar suas futuras postagens, beleza!? Eu andei sumido do meu blog, e agora vou começar a postar numa forma mais intensa. Se quiser, segue meu blog também, assim verás meus escritos da mente. Desde já, obrigado!
ResponderExcluirEstou te seguindo também, gostei dos seus poemas, bem diretos e sinceros.
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