terça-feira, 27 de agosto de 2013

OLHARES

          
Observei teus olhos baixos buscarem o chão
As rachaduras dos caminhos, os lixos mundanos sujando a calçada
Limpando o mundo por trás das lentes que não podiam tapar mais tua solidão
Os olhos jogados em cavernas ao chão, em busca de lágrimas que jamais caiem

Lembrei-me, da cor de todas as coisas que só dissemos no escuro
Quebrando um muro, um mundo inseguro de ambos os lados, medos que se esvaem
Todas as palavras ditas, engolidas em tragos, apenas com um luar fago na janela
Observando atentamente a nossas tolas máscaras, que uma a uma caiem

Cantei, pelo mal espalhado em teus ombros, pela dor de teus punhos ternamente cerrados
Sonhando apenas em livrar-te da dor que aperta os olhos, do cantar pousado e cansado
Observando novamente teus olhos sempre cálidos, caindo sempre  em vidro estilhaçado
Caindo sempre, em contradição de sons e estados, do pesar de sempre apedrejado

Voltei, pelo rumo antigo do horizonte, desabando em teus estágios
Acordando de um sonho doce e ofegante, de um olhar contagiante
Fitado em pálpebras fechadas, em noite calma, em teus pesares sábios

Observei novamente teus olhares, que em dia infante brilham como mata,
 Porém em dias tão errantes, com olhos metálicos em luz de prata,                                                      
Não se livram de instantes, de caírem viciantes, de pousarem na dor tão tenaz e calejada
De novo caindo, no erro constante, da dor sem crença em uma nova caminhada.




3 comentários:

  1. Tens uma forma muito interessante de escrever. Gostei muito.

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  2. Vou seguir seu blog para poder analisar suas futuras postagens, beleza!? Eu andei sumido do meu blog, e agora vou começar a postar numa forma mais intensa. Se quiser, segue meu blog também, assim verás meus escritos da mente. Desde já, obrigado!

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  3. Estou te seguindo também, gostei dos seus poemas, bem diretos e sinceros.

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