A
Sepente, O Cavalo, A Coruja e o Corvo
A Mulher que ouvia Joni
Mitchell e Lisa Thiel por toda a noite a meu lado
Visitando seu lar secreto,
canceriana doce e singela, guerreira e donzela
Sua magia é um doce que tem
gosto umedecido e terno feminino de luar
Queria sim te ninar como uma
criança, recitando cânticos, movendo danças
Ouvindo o mel água de nossas
vozes doces vibrando a força de outras eras
Avançando nossas guerras para
as Deusas e para as feras como boas devotas
Ah se os moços de câncer fossem
como essas doces e selvagens filhas da lua
Mas a água é um mistério que
assim pela fruta pele caminha e se transmuta
No fundo azul marinho de
estrelas e vinhos, dos nossos antigos céus interiores
Queria provar-te o céu da boca,
te levar ao céu das moças bebendo seu néctar
Mas meu maior desgosto é que
ficamos nós duas nunca nuas e atrás de moços
Então renega os peixes pelo
aquariano, sem cair o pano das ciganas a galopar
Queria ouvi-la cantar, chamo
seu tambor, venusiana sexta que vem amanhã
Queria vê-la sorrir, aconchegar
a maçã do rosto, provar desse gosto outra vez
Talvez até sentir que nosso
corpo se permite o mergulho sem medo de cair.
(N.C)
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