Eva Maçã
Lembro-me também de você,
mulher e corvo
Feitiçaria cigana, libertina
moderna e profana
Lembrando tantas vidas que as
ancas ainda doem
Hoje sois como uma irmã, de
alma e de sombra
Banhando nas águas da cachoeira
e montanha
Teu corpo a meu lado se
retraindo na música
Querida pela minha alma,
libriana livre e libertina
Que nos sonhos me invade a
ferida de desejar-te tanto
Sei que lá nos vemos, sei que
esqueceremos
do que em outros tempos fomos
pela velha sina
Mas em nenhum tempo, triângulo
de ervas a dentro
Sem medo do agora e do aqui,
sei que por inteiro
Por nenhuma vida esqueci seu gosto
e seu cheiro
Pois quando cigana, galopei
anos como teu cavaleiro
Quando libertina fui teu
cortesão, amor e escudeiro
E quando feiticeira te levei
pela mão, pelos moinhos
Levando-te por todos os caminhos do povo pequeno
Quase provaste aquele veneno,
que mel para mim
Acorrenta-te sem fim àquele meu
mundo de elementos
Lembro teus olhos negros
mirando o abismo da realidade
Sinto e vejo estas memórias
invisíveis
que aqui seguem indizíveis como
irmã
Pois sei que a sua lua terra é
um pouco fria
E fujo pela ventania da sua eva
maçã.
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